Anticoncepcionais e trombose: existe relação?

Não é raro ouvir pessoas associarem quadros de trombose e embolia pulmonar ao uso de anticoncepcionais. Mas, será que existe mesmo essa relação?

Essa dúvida traz insegurança para muitas mulheres quanto ao uso ou não desse tipo de método anticoncepcional, pelo receio de desenvolver esse quadro vascular.

Hoje vamos responder essas e outras dúvidas relacionadas ao uso de anticoncepcionais e o desenvolvimento de trombose.

Boa leitura!

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Afinal, o que é trombose?

A trombose é uma condição de saúde que ocorre quando um coágulo – conhecido como trombo – se forma dentro de um vaso sanguíneo normal e dificulta ou interrompe o fluxo normal do sangue

Geralmente a trombose ocorre nas veias (trombose venosa), embora também possa ocorrer nas artérias (trombose arterial). A trombose, com implicações clínicas,  mais comum é a trombose venosa profunda (TVP), que ocorre quando um coágulo se forma nas veias profundas das pernas, coxas ou pelve.

Os coágulos sanguíneos são formados como uma resposta do organismo para prevenir a perda excessiva de sangue em caso de lesões ou ferimentos. No entanto, em certas situações, ocorre a formação indevida de coágulos, ou seja, em veias normais e que pode ser perigosa. 

Os principais fatores de risco para a formação de coágulos sanguíneos incluem:

  • longos períodos de imobilidade (como em internações ou longas viagens);
  • cirurgias;
  • gravidez;
  • obesidade;
  • histórico familiar de trombose, entre outros.

Veja também: Doenças vasculares periféricas: tipos, causas, sintomas e tratamentos

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Anticoncepcional e trombose: qual a relação?

Anticoncepcionais e trombose podem estar, sim, relacionados; mais especificamente quando falamos de contraceptivos orais em sua forma combinada, ou seja, nos medicamentos em que os hormônios progesterona e estrogênio estão presentes.

Segundo a Anvisa, mulheres que utilizam anticoncepcionais orais combinados têm cerca de 3 vezes mais chances de desenvolver tromboembolismo venoso, principalmente de membros inferiores, comparado com mulheres que não utilizam. 

Porém, a Anvisa ressalta que os riscos em utilizar anticoncepcionais orais e desenvolver trombose ainda assim são muito pequenos. Só para se ter uma idéia, as chances de mulheres desenvolverem trombose na gravidez são o dobro daquelas que usam anticoncepcionais orais combinados.

Veja também: Tratamento para varizes

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Principais dúvidas sobre anticoncepcionais e trombose

Agora que você já sabe qual é a relação entre anticoncepcionais e trombose, confira as respostas para as principais dúvidas das mulheres sobre o desenvolvimento da patologia a partir do uso de métodos contraceptivos orais.

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1. O risco de desenvolver trombose varia conforme o tipo de anticoncepcional?

Como foi apontado acima, os anticoncepcionais que têm risco aumentado para o  desenvolvimento de trombose são os orais combinados, ou seja, aqueles que  apresentam em sua composição a junção dos hormônios progesterona e estrogênio.

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2. O risco de trombose se mantém enquanto utilizo o anticoncepcional oral combinado?

Não. O risco é maior durante os três primeiros meses de uso, diminuindo a partir do quarto mês e após 1 ano, o risco se torna semelhante ao de uma mulher que não utiliza a medicação. 

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3. Quais os fatores de riscos adicionais associados ao uso de anticoncepcional orais combinados para desenvolver trombose?

1. Tabagismo;

2. Hipertensão arterial;

3. Idade superior a 35 anos;

4. Obesidade (IMC superior a 30 kg/m²);

5. Presença de trombofilias hereditárias e adquiridas (como, fator V de Leiden e Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo – SAF).

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3. Quem já teve trombose pode tomar anticoncepcional?

Depende. Essa decisão vai depender de cada caso, conforme avaliação do médico. 

Dito isso, não há uma proibição absoluta ao uso de anticoncepcionais. O que se tem é a recomendação de se tomar mais cuidado pelo profissional que fizer a prescrição, avaliando os riscos e benefícios, além de alternativas que não aumentem o risco de trombose e manter um acompanhamento regular com angiologista/cirurgião vascular nesses casos.

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4. É preciso interromper o uso de anticoncepcional quando está tratando uma trombose?

Se o uso do anticoncepcional não for realmente necessário durante o período do tratamento, a melhor opção é interromper o uso.

Porém, caso a medicação não possa ser pausada, seu uso associado ao medicamento anticoagulante pode ser mantido.

Mas, novamente, cada caso deve ser avaliado de maneira independente.

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5. Anticoncepcionais aumentam o risco de trombose durante cirurgia?

Como vimos acima, cirurgias – especialmente as que exigem longos períodos de imobilidade – podem afetar a coagulação sanguínea. Os anticoncepcionais hormonais podem contribuir para o aumento desse risco.

Sendo assim, é importante informar a equipe médica sobre o uso de anticoncepcionais hormonais antes de qualquer procedimento cirúrgico. Isso permitirá que eles avaliem o risco individual e tomem medidas preventivas, como o uso de medicamentos anticoagulantes. Apesar de não ser necessária a suspensão do anticoncepcional, algumas equipes médicas optam por isso.

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>>> Veja também – Por que o risco de trombose é maior em viagens?

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6. É preciso fazer exame de sangue antes de iniciar anticoncepcionais orais?

Não. Não é necessário fazer qualquer exame de sangue ou exame de imagem, como ecoDoppler. O que é fundamental é uma consulta médica detalhada buscando, principalmente, os fatores de riscos para trombose. 

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7. Quais métodos contraceptivos não envolvem o risco de trombose?

Todos os medicamentos contraceptivos sem hormônios combinados, além do DIU (de cobre ou hormonal), implantes subdérmicos e, claro, os preservativos.

Veja também: Telangiectasias: O que são, Causas, Sintomas e Tratamento

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Se você possui mais dúvidas sobre a relação entre anticoncepcionais e trombose, o ideal é conversar com um angiologista/cirurgião vascular.

Nesse sentido, conte com o Instituto de Angiologia e Cirurgia Vascular (IACV); referência no DF em cuidados com a saúde vascular, dispondo de estrutura moderna e um time de profissionais experientes e atenciosos.

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Embolia pulmonar, AVC e varizes: podem ter relação?

Você já se perguntou se a embolia pulmonar, o acidente vascular cerebral (AVC) e as varizes podem ter alguma relação? Neste artigo, exploraremos a possível conexão entre essas condições médicas e como elas podem estar interligadas. 

Embolia pulmonar, AVC e varizes são problemas de saúde distintos, mas entender suas possíveis conexões pode ajudar a ampliar nosso conhecimento sobre essas condições e sua abordagem clínica. 

Vamos descobrir juntos se há uma relação entre elas, como podem afetar a saúde vascular de uma pessoa e, principalmente, os cuidados para se prevenir.

Boa leitura!

Embolia pulmonar e AVC: o que é cada condição?

Antes de falar sobre a relação entre embolia pulmonar, AVC e varizes, é importante que você entenda o que são as duas primeiras condições.

Veja também: Tratamento para varizes

Embolia pulmonar

A embolia pulmonar é a condição em que uma ou mais artérias dos pulmões são obstruídas por um coágulo de sangue. As chances de desenvolver embolia são maiores para pessoas que possuem algum problema ou deficiência pontual na coagulação do sangue, como no pós-operatório de cirurgias.

Por conta do seu risco, a embolia pulmonar é apontada como terceira maior causa de morte cardiovascular do mundo e também a maior causa de morte evitável em pacientes hospitalizados, porém seus sintomas costumam ser leves e passam despercebidos na maioria dos casos, por isso é fundamental manter o acompanhamento médico quando os seguintes fatores são apresentados:

  • Idade superior a 65 anos.
  • Tabagismo.
  • Longos períodos de internação.
  • Imobilização de membro inferior (Ex.: por gesso).
  • Cirurgias ortopédicas nas pernas.
  • Viagens de longa distância (mais de 4 horas).
  • Obesidade.

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Os acidentes vasculares cerebrais podem ser do tipo isquêmico ou hemorrágico. O tipo hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro e está relacionado principalmente à pressão alta e aos aneurismas cerebrais.

Já o tipo isquêmico ocorre quando há uma obstrução de um vaso sanguíneo do cérebro, deixando de irrigar estruturas cerebrais e levando ao comprometimento – às vezes permanente – de diversas funções motoras e cognitivas.

Assim como a embolia pulmonar, o AVC também está entre as patologias que mais causam mortes, ficando na segunda posição, atrás apenas do infarto.

Veja também: Telangiectasias: O que são, Causas, Sintomas e Tratamento

Embolia pulmonar, AVC e varizes: existe relação?

Agora que você já sabe o que são, vamos entender a relação entre a embolia pulmonar, AVC e varizes. Sim, tanto a embolia quanto o AVC podem estar conectadas com as varizes.

É verdade que em muitos casos as varizes causam apenas preocupações estéticas, mas quando as veias afetadas têm alteração no seu diâmetro e não são tratadas, podem levar à formação de coágulos (pedaços sólidos de sangue).

Conforme esse coágulo (ou trombo) cresce, pode evoluir para trombose; quadro em que um coágulo sanguíneo obstrui – total ou parcialmente – a passagem de sangue nos vasos, principalmente das pernas.

Caso o coágulo sanguíneo se solte da parede do vaso e se desloque para outra região do corpo – como pulmões ou cérebro – pode se dar os quadros de embolia pulmonar ou AVC isquêmico.

Portanto, varizes negligenciadas, que evoluem para quadros de trombose, podem ser causadores da embolia pulmonar e de acidentes vasculares cerebrais; patologias graves que podem levar à morte.

>>> Veja também: Afinal, varizes causam trombose?

Mas o que fazer para se proteger?

Para reduzir as chances de desenvolver varizes (ou seu agravamento), com consequente risco de embolia pulmonar ou AVC, algumas medidas podem ser tomadas. Confira quais são:

Prevenção das varizes

Sabemos que as varizes têm um forte componente genético, não sendo possível evitar seu surgimento. Sabemos, também, que muitos hábitos e comportamentos do dia a dia favorecem seu surgimento ou agravamento, sendo importante evitá-los para reduzir as chances ou a intensidade do quadro varicoso, como:

  • Manter um peso corporal adequado;
  • Manter uma dieta rica em fibras;
  • Não passar longos períodos em pé ou sentado;
  • Praticar exercícios físicos com regularidade.

Esses cuidados são úteis para evitar as chamadas “varizes primárias”, ou seja, aquelas que surgem por conta de algum problema que afeta diretamente os vasos.

Já no caso das chamadas “varizes secundárias”, aquelas ocasionadas pela trombose, sendo o controle mais difícil, mas os cuidados também ajudam a evitar que o quadro se agrave, como você vai conferir abaixo.

>>> Veja também: Causas das varizes: conheça e aprenda a se proteger!

Cuidados com as varizes já existentes

Se você já possui varizes e deseja evitar que elas se agravem ou evoluam para um quadro de trombose – que pode levar à embolia pulmonar ou AVC – os cuidados, num primeiro momento, são similares aos citados acima.

Porém, a etapa mais importante na hora de cuidar das varizes já existentes é o acompanhamento médico regular, com angiologista/cirurgião vascular.

Esse(a) profissional saberá precisar o estágio em que suas varizes se encontram, os riscos que elas apresentam e quais intervenções – clínicas ou cirúrgicas – devem ser feitas para que você não desenvolva problemas mais graves.

>>> Veja também: Escleroterapia, laser ou cirurgia para varizes: as indicações de cada tratamento!

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Como você viu, embolia pulmonar, AVC e varizes podem estar relacionadas, e a melhor forma de prevenção do agravamento do quadro de varizes para as duas patologias que representam risco à vida é o acompanhamento médico regular.

Se você está no DF e deseja cuidar das suas varizes, conheça o Instituto de Angiologia e Cirurgia Vascular (IACV). Somos referência nos cuidados com a saúde vascular e dispomos das mais modernas tecnologias e um time de profissionais experientes e atenciosos.

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