Diabetes pode causar varizes? Entenda a relação com a circulação sanguínea

20 de fevereiro de 2025

Autor: Dr. Edson Hugo

O número de pessoas com diabetes no Brasil continua crescendo, com estimativa de mais de 20 milhões de pessoas afetadas. Além do impacto no metabolismo, a doença está diretamente associada ao desenvolvimento de complicações graves, como doenças cardiovasculares e neuropatia diabética. 

Um dos principais efeitos da diabetes no organismo ocorre no sistema circulatório, onde o excesso de glicose no sangue compromete a integridade dos vasos sanguíneos, favorecendo a inflamação e a obstrução arterial. 

Esse quadro aumenta os riscos de trombose venosa, varizes, úlceras nos membros inferiores e até amputações em casos avançados.

Diante desse cenário, entender a relação entre diabetes e saúde vascular ajuda tanto para prevenir a doença quanto para evitar complicações em quem já recebeu o diagnóstico. 

Manter hábitos saudáveis, controlar a glicemia e realizar exames vasculares regularmente são medidas fundamentais para preservar a saúde vascular e garantir qualidade de vida a longo prazo.

Quer saber mais? Continue a leitura! 

Qual a relação entre diabetes e a saúde vascular?

A diabetes compromete diretamente a saúde vascular, afetando tanto os pequenos (microvasculatura) quanto os grandes vasos sanguíneos (macrovasculatura). Isso porque o excesso de glicose no sangue, chamado de hiperglicemia, danifica a parede das artérias, tornando-as mais rígidas e suscetíveis a obstruções. 

Esse processo leva ao desenvolvimento de doenças vasculares, que aumentam significativamente o risco de complicações graves, como trombose venosa, doença arterial periférica e insuficiência venosa. 

Na microvasculatura, formada por pequenos vasos que levam sangue para os tecidos e órgãos, o excesso de glicose no sangue danifica essas estruturas, reduzindo o fluxo sanguíneo e dificultando a oxigenação dos tecidos.

Já o impacto da diabetes na macrovasculatura ocorre principalmente por meio da aterosclerose, que é o acúmulo de placas de gordura dentro das artérias. Esse processo reduz o fluxo sanguíneo, aumentando o risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial periférica. 

Fatores que podem levar à formação de varizes em pacientes com diabetes

Além desses fatores, a diabetes também pode contribuir para o desenvolvimento de varizes, uma condição que, além do impacto estético, causa desconforto físico e pode levar a complicações vasculares. 

O aumento da glicose no sangue compromete a integridade dos vasos, tornando as veias mais frágeis e suscetíveis à dilatação. Esse processo dificulta o retorno venoso, gerando sintomas que atrapalham a qualidade de vida. 

A seguir, confira os principais fatores que contribuem para o surgimento de varizes em pessoas com diabetes: 

O excesso de peso sobrecarrega o sistema vascular, dificultando o retorno venoso e aumentando a pressão nas veias. Essa condição favorece o desenvolvimento de varizes nos membros inferiores, causando dor, inchaço e sensação de peso nas pernas.

A falta de atividade física reduz a eficiência da circulação, dificultando o retorno do sangue para o coração. Com isso, há maior risco de insuficiência venosa, contribuindo para o aparecimento de varizes e outros problemas circulatórios.

O excesso de glicose no sangue agride as paredes dos vasos, tornando-os mais rígidos e inflamados. Essa inflamação vascular prejudica a elasticidade das veias e compromete o fluxo sanguíneo.

A diabetes pode levar ao estreitamento das artérias, reduzindo a oxigenação dos tecidos. Esse problema pode causar dor nas pernas ao caminhar, além de aumentar o risco de feridas de difícil cicatrização, principalmente em pessoas com pé diabético.

O aumento da pressão venosa, consequência do comprometimento do fluxo sanguíneo, favorece a dilatação das veias. Com o tempo, veias dilatadas perdem sua função adequada, tornando-se visíveis e causando incômodos físicos e estéticos.

Veja também: Veia estourada: sintomas, causas e como tratar

Varizes e outras condições vasculares: como diferenciar?

Varizes e outras condições vasculares: como diferenciar?

Os sintomas das varizes podem ser semelhantes aos de outras doenças vasculares, o que pode gerar confusão no diagnóstico. Entre as condições mais frequentemente confundidas com varizes estão as úlceras venosas e a angiopatia diabética. 

Cada uma dessas condições apresenta características específicas e requer abordagens distintas para tratamento. Confira!

Úlceras venosas

As úlceras venosas surgem como uma complicação da insuficiência venosa crônica, uma condição que pode estar associada às varizes avançadas. 

Diferentemente das varizes, que se apresentam como veias dilatadas e tortuosas, as úlceras venosas são feridas abertas que aparecem geralmente na região dos tornozelos

Essas lesões ocorrem devido à dificuldade no retorno venoso, que leva ao acúmulo de sangue e aumento da pressão nas veias.

A pele ao redor da úlcera pode apresentar escurecimento devido ao depósito de hemossiderina, um pigmento derivado do ferro presente no sangue. 

O tratamento das úlceras venosas pode incluir o uso de meias de compressão, cuidados locais com a ferida e, em alguns casos, procedimentos para melhorar a circulação.

Angiopatia diabética

A angiopatia diabética resulta dos danos que o excesso de glicose no sangue provoca nas paredes dos vasos sanguíneos. Essa condição compromete tanto as grandes artérias quanto os pequenos vasos, prejudicando a circulação.

Embora as varizes e a angiopatia diabética afetem a circulação nas pernas, a causa do problema é diferente. Nas varizes, a disfunção ocorre nas veias superficiais, causando dilatação e acúmulo de sangue. 

Já na angiopatia diabética, os danos vasculares decorrem da rigidez arterial e da inflamação vascular, levando à redução do fluxo sanguíneo. Isso pode resultar em formigamento, perda de sensibilidade e, em casos mais avançados, feridas que cicatrizam lentamente, como no pé diabético.

Pacientes com diabetes que apresentam sinais de insuficiência venosa devem manter um acompanhamento rigoroso para evitar complicações mais graves, como infecções e necrose tecidual.

Exames vasculares recomendados para pacientes diabéticos

Muitos casos de diabetes tipo 2 só são descobertos anos após o início da doença, quando já há comprometimento vascular. Por isso, o primeiro passo é identificar o pré-diabetes, uma condição reversível que, quando tratada a tempo, pode impedir a progressão da doença. 

A seguir, veja os exames essenciais para detectar a diabetes e avaliar possíveis complicações.

  1. Exames iniciais para identificar o pré-diabetes

Esses exames determinam se os níveis de glicose estão elevados e indicam risco de progressão para diabetes tipo 2.

Glicemia de jejum: mede a quantidade de glicose no sangue após um período de jejum de pelo menos oito horas. Valores entre 100 mg/dL e 125 mg/dL indicam pré-diabetes, enquanto valores acima de 126 mg/dL confirmam o diagnóstico de diabetes.

Teste oral de tolerância à glicose (TOTG): avalia a resposta do organismo à ingestão de glicose. O paciente bebe um líquido açucarado e tem a glicose medida após duas horas.

Hemoglobina glicada (HbA1c): mede a média dos níveis de glicose nos últimos dois a três meses. Um resultado entre 5,7% e 6,4% sugere pré-diabetes.

Se os exames confirmarem o pré-diabetes, mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada e exercícios físicos, podem reverter a condição antes que evolua para diabetes tipo 2.

  1. Exames para diagnóstico definitivo da diabetes

Caso o pré-diabetes não seja revertido, exames adicionais confirmam a presença da diabetes e monitoram o impacto da glicose alta no organismo. Esses exames precisam ser repetidos para confirmação e direcionamento do tratamento.

  1. Avaliação da saúde vascular e riscos circulatórios

A diabetes compromete o fluxo sanguíneo e aumenta o risco de trombose venosa, pé diabético e inflamação vascular. Para identificar danos nos vasos sanguíneos, os exames recomendados incluem:

Prevenção e cuidados para evitar varizes em diabéticos

A diabetes impacta diretamente a circulação sanguínea e aumenta o risco de varizes, principalmente nos membros inferiores. O excesso de glicose no sangue compromete a integridade dos vasos sanguíneos, reduz a elasticidade das veias e dificulta o retorno venoso. 

Para evitar esses problemas, pacientes diabéticos precisam adotar hábitos que preservem a saúde vascular e buscar tratamentos adequados sempre que necessário.

Cuidados essenciais para prevenir varizes em diabéticos

Opções de tratamento para varizes em diabéticos

Pacientes diabéticos podem tratar varizes com segurança, desde que a diabetes esteja controlada e o tratamento seja escolhido com cautela. Opções minimamente invasivas reduzem o risco de complicações e aceleram a recuperação.

A escleroterapia com espuma é uma técnica eficaz para tratar veias dilatadas sem a necessidade de cortes ou anestesia. Pode ser feita em consultório e permite o retorno imediato às atividades.

Já o laser endovenoso é outra alternativa segura e minimamente invasiva para tratar insuficiência venosa em pacientes diabéticos com varizes de médio ou grande porte.

Indicada para casos mais avançados, quando outros métodos não são eficazes, a cirurgia convencional  exige cuidados pós-operatórios para evitar complicações na cicatrização.

Acompanhamento médico e prevenção

O acompanhamento regular com um especialista em saúde vascular permite um controle mais eficiente da circulação e previne complicações. Consultas frequentes garantem o diagnóstico precoce de problemas circulatórios e a adoção de medidas preventivas personalizadas.

Se você tem diabetes e deseja cuidar da sua saúde vascular, procure um angiologista para avaliar sua circulação e indicar o tratamento mais adequado. Localizado em Brasília-DF, o Instituto de Angiologia e Cirurgia Vascular (IACV) conta com uma equipe qualificada e tecnologia avançada para oferecer o melhor atendimento. 

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