Trombose: como prevenir e por que é importante estar atento aos sinais

Entre janeiro de 2012 e maio de 2022, mais de 425 mil brasileiros precisaram de internação para tratar tromboses venosas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). 

Esses números chamam atenção para a gravidade da condição e a importância de um diagnóstico rápido e tratamento adequado, já que a trombose pode levar a complicações sérias, como embolia pulmonar, se não for controlada.

Entenda a seguir os principais fatores de risco, sintomas e opções de tratamento para essa doença que afeta tantas pessoas.

O que é a trombose?

A trombose ocorre quando um coágulo sanguíneo se forma em um vaso, seja em uma veia ou artéria, bloqueando o fluxo normal do sangue. 

Esse coágulo, conhecido como trombo, pode surgir por diferentes motivos em várias partes do corpo, causando complicações graves se não for tratado adequadamente.

Quando o trombo se forma em uma veia profunda, a condição é chamada de Trombose Venosa Profunda (TVP), que provoca inchaço, dor e dificulta a circulação sanguínea. 

Se o coágulo se desprender e alcançar os pulmões, pode gerar uma embolia pulmonar, uma complicação séria que pode resultar em morte súbita se não tratada. 

Por outro lado, quando a trombose afeta uma artéria, é conhecida como Trombose Arterial (TA), podendo levar a infarto ou acidente vascular cerebral (AVC), quando o fluxo sanguíneo para o coração ou cérebro é interrompido.

A trombose pode ser classificada como aguda ou crônica, segundo a sua evolução e características.

Na trombose aguda, o coágulo sanguíneo se forma de maneira súbita, bloqueando rapidamente o fluxo de sangue. Os sintomas aparecem de forma intensa e imediata, exigindo atendimento médico rápido para evitar complicações graves.

Já a trombose crônica se desenvolve ao longo do tempo. Os coágulos podem causar inflamação e danos permanentes às veias, levando a sintomas recorrentes, como dor, inchaço e até úlceras na pele. 

Nesses casos, o tratamento controla os sintomas e previne a formação de novos coágulos.

Principais tipos de Trombose

Os tipos de trombose variam segundo o local no qual o coágulo se forma e a gravidade da condição. 

Entre os mais comuns estão:

• Trombose venosa: afeta as veias, geralmente nas pernas, como a TVP;
• Trombose arterial: ocorre em artérias, podendo causar infarto ou AVC;
• Trombose maciça: refere-se a grandes coágulos que bloqueiam grandes vasos;
• Trombose pulmonar: ocorre quando um coágulo obstrui vasos nos pulmões;
• Trombose hemorroidária: afeta as veias na região anal;
• Trombose cerebral: envolve coágulos nas veias ou artérias do cérebro, podendo resultar em AVC.

Cada tipo de trombose exige atenção médica imediata para evitar complicações maiores, como embolia pulmonar ou interrupção do fluxo sanguíneo para órgãos vitais.

Quais os principais fatores de risco?

Os principais fatores de risco para trombose incluem:

• imobilidade prolongada (como em viagens longas ou pós-cirurgias);
• histórico familiar de coágulos sanguíneos;
• uso de anticoncepcionais ou terapia hormonal;
• obesidade;
• tabagismo;
• gravidez;
• doenças crônicas, como câncer e insuficiência cardíaca.

Os fatores aumentam a probabilidade de formação de coágulos, por isso, é importante monitorar a saúde vascular com um especialista, principalmente se houver pre-disposição.

Porém, algumas pessoas podem ter trombose sem causa aparente. 

Nesse caso, é chamada de trombose não provocada ou sem fator desencadeante conhecido. Mesmo sem um fator evidente, é importante que o diagnóstico e o tratamento sejam realizados para evitar complicações.

Segundo o Ministério da Saúde, a incidência de trombose entre 20 a 40 anos é um pouco maior nas mulheres. A diferença ocorre devido à maior exposição a fatores de risco específicos, como o uso de anticoncepcionais e gestações, que aumentam a probabilidade de formação de coágulos.

Ainda segundo a instituição, pacientes submetidos a cirurgia de joelho, quadril e trauma (como fraturas) estão entre os principais grupos de risco para trombose após cirurgias ortopédicas.

Quais são os sinais de uma trombose?

Os sinais da trombose variam conforme a região do corpo afetada. Na maioria das vezes, os sintomas envolvem dor, inchaço ou vermelhidão. É importante observar o surgimento repentino desses sintomas e buscar atendimento médico. 

A trombose pode causar falta de ar súbita, dor intensa que não se relaciona com outros problemas, além de inchaço repentino e sensação de calor na perna. 

Em casos mais graves, pode haver tosse com sangue, dor no peito ou nas costas, respiração rápida e curta, e até desmaio. Esses sintomas exigem atenção imediata.

Qual exame detecta trombose?

A realização de exames de imagem, como a ultrassonografia Doppler, é necessário para o diagnóstico de trombose e outras condições relacionadas à coagulação sanguínea. 

O procedimento permite ao médico avaliar o fluxo sanguíneo nas veias e artérias, identificando precisamente a formação de coágulos.

O acompanhamento médico regular é importante para prevenir complicações, como a embolia pulmonar. 

Ao realizar exames de imagem no momento certo, o médico pode detectar condições de risco do começo, possibilitando um tratamento precoce e evitando o agravamento do quadro. 

Quais as complicações da trombose?

A trombose, quando não tratada, pode levar a complicações graves, como embolia pulmonar e síndrome pós-trombótica. 

A embolia pulmonar ocorre quando um coágulo sanguíneo se desloca para os pulmões, bloqueando o fluxo de sangue nas artérias pulmonares. Esse bloqueio pode comprometer seriamente a oxigenação do corpo e, em casos graves, resultar em morte súbita. 

Já a síndrome pós-trombótica pode surgir após a Trombose Venosa Profunda (TVP). Esse problema se caracteriza por dor crônica e inchaço, reduzindo a qualidade de vida do paciente. 

Para evitar essas complicações, é essencial que a trombose seja diagnosticada e tratada adequadamente. O tratamento, que inclui o uso de anticoagulantes e outras terapias, previne o agravamento da condição e suas consequências, promovendo a recuperação e a prevenção de novos coágulos.

Como prevenir a tratar a trombose?

Para prevenir a trombose, é necessário adotar medidas simples e eficazes no dia a dia. Manter-se em movimento é uma das principais estratégias, já que a prática regular de exercícios físicos ajuda a melhorar a circulação sanguínea e reduzir o risco de coágulos. 

Além disso, é essencial ingerir líquidos ao longo do dia, pois a hidratação contribui para uma boa fluidez do sangue, prevenindo o surgimento de trombos. Outros cuidados importantes incluem evitar o consumo de álcool e parar de fumar, já que ambos afetam negativamente a saúde vascular. 

Manter uma dieta equilibrada, rica em nutrientes, também auxilia na prevenção. Para quem tem condições como insuficiência venosa, o uso de meias de compressão, com orientação médica, pode ser uma excelente medida.

O acompanhamento com um angiologista é essencial para avaliar o tratamento adequado. Se você busca orientação profissional sobre a prevenção e tratamento da trombose ou o uso de anticoagulantes, o IACV oferece atendimento especializado.

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