19 de maio de 2025
Autor: Dr. Edson Hugo
Receber o diagnóstico de trombose recorrente pode gerar dúvidas e preocupações, principalmente sobre os riscos envolvidos e como conviver com a condição. Quando os episódios de trombose se repetem, o organismo sinaliza uma predisposição à formação de coágulos, o que exige atenção redobrada e acompanhamento médico contínuo.
Neste conteúdo, você vai entender o que caracteriza a trombose recorrente, quais são os sintomas, os fatores de risco mais comuns e os tratamentos disponíveis. Confira!
A trombose é caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo que bloqueia total ou parcialmente o fluxo em uma veia ou artéria, geralmente nas pernas. Quando esse processo se repete ao longo do tempo, recebe o nome de trombose recorrente, indicando que o organismo tem maior tendência a desenvolver novos episódios.
Essa condição indica uma predisposição persistente à formação de trombos, podendo estar relacionada a fatores genéticos, como trombofilias, ou adquiridos, como câncer, uso de anticoncepcionais e imobilização prolongada.
Os perigos da trombose recorrente vão além do desconforto local. A repetição de episódios aumenta significativamente o risco de complicações graves, como a embolia pulmonar, que ocorre quando um coágulo se desloca para os pulmões, podendo ser fatal.
Além disso, a recorrência pode levar à síndrome pós-trombótica, caracterizada por dor crônica, inchaço e alterações na pele da perna afetada, comprometendo a qualidade de vida.
Os sintomas da trombose costumam surgir de forma súbita e afetam, na maioria das vezes, as pernas. Entre os principais sinais estão:
Em casos mais graves, quando o coágulo se desloca para os pulmões, podem surgir sintomas como falta de ar, dor no peito, tosse seca e taquicardia, indicando embolia pulmonar, que exige atendimento médico imediato.
Os fatores de risco para trombose recorrente incluem:
Pessoas com esses fatores devem redobrar os cuidados e manter acompanhamento médico regular, principalmente se têm trombose recorrente.
Além disso, a Síndrome de May-Thurner é uma condição vascular em que a veia ilíaca esquerda — responsável por drenar o sangue da perna esquerda para o coração — sofre compressão pela artéria ilíaca direita.
Essa pressão dificulta o fluxo sanguíneo e pode levar à formação de coágulos, aumentando o risco de trombose venosa profunda (TVP), principalmente na perna esquerda.
A síndrome geralmente não apresenta sintomas em estágios iniciais, mas com o tempo, podem surgir sinais como inchaço persistente, dor na perna esquerda, sensação de peso e varizes incomuns para a idade. Em alguns casos, a primeira manifestação pode ser uma trombose aguda.
As abordagens variam de acordo com a localização da trombose, a gravidade do quadro e o histórico do paciente.
No geral, o tratamento da trombose tem como objetivo interromper a progressão do coágulo, evitar que ele se desloque para áreas críticas do corpo, como os pulmões, e reduzir o risco de novos episódios.
São os medicamentos mais utilizados no tratamento da trombose. Eles impedem que o coágulo aumente de tamanho e reduzem o risco de formação de novos trombos. Em geral, o tratamento começa com anticoagulantes injetáveis, como a heparina, e depois é mantido com comprimidos, como a varfarina ou os anticoagulantes orais diretos.
Em casos mais graves ou quando o coágulo bloqueia completamente o vaso, o médico pode optar por um tratamento trombolítico. Esse procedimento utiliza medicamentos específicos que dissolvem o coágulo de forma mais rápida. É indicado principalmente em situações de alto risco, como a trombose com embolia pulmonar.
Quando o uso de anticoagulantes não é possível ou apresenta contraindicações, o especialista pode indicar a colocação de um filtro na veia cava inferior. Esse dispositivo evita que coágulos das pernas cheguem aos pulmões, prevenindo a embolia pulmonar.
As meias elásticas ajudam a melhorar o retorno venoso e a controlar o inchaço. Além disso, elas reduzem as chances de desenvolver a síndrome pós-trombótica, complicação que pode causar dor crônica e alterações na pele da perna afetada.
Adotar hábitos saudáveis, manter o peso adequado, praticar atividades físicas e evitar longos períodos sentado são medidas importantes para evitar a progressão da trombose recorrente e prevenir novos episódios.
O acompanhamento regular com um médico vascular é indispensável para ajustar o tratamento e monitorar a evolução do quadro.
Nos últimos anos, o tratamento da trombose evoluiu com o surgimento de tecnologias mais seguras, eficazes e menos invasivas. Essas inovações oferecem maior conforto ao paciente, reduzem o risco de complicações e facilitam o controle da doença.
A seguir, conheça três avanços que têm transformado o cuidado com a trombose.
Os anticoagulantes orais diretos representam um avanço importante em relação à varfarina. Esses medicamentos não exigem monitoramento constante de exames laboratoriais, têm menos interações com alimentos e medicamentos, e oferecem maior praticidade e segurança no uso contínuo.
Procedimentos como a trombectomia mecânica ou a trombólise dirigida por cateter permitem remover ou dissolver o coágulo diretamente no local afetado, com maior precisão.
Essas técnicas são indicadas em casos mais graves ou em situações em que há risco de perda da função do membro. Por serem menos agressivas, reduzem o tempo de recuperação e o risco de complicações pós-operatórias.
A utilização de dispositivos de monitoramento remoto, como aplicativos e sensores conectados, permite que médicos acompanhem a evolução do tratamento em tempo real. Essa abordagem torna o cuidado mais individualizado, ajuda a identificar riscos precocemente e melhora a adesão do paciente à medicação e às recomendações médicas.
Para quem já teve mais de um episódio de trombose, o acompanhamento médico contínuo não é apenas uma recomendação, mas uma necessidade. Consultas regulares com um especialista em angiologia ou cirurgia vascular permitem avaliar a evolução do quadro, ajustar o tratamento e prevenir novas ocorrências.
Entre os exames mais indicados está a ultrassonografia Doppler venosa, que analisa o fluxo de sangue nas veias e identifica sinais de obstruções ou novas formações de coágulos. Esse exame é simples, não invasivo e oferece informações valiosas para o controle da doença.
Além disso, o médico pode avaliar a necessidade de uso prolongado de anticoagulantes, recomendar o uso de meias de compressão e indicar mudanças no estilo de vida que favorecem a circulação e reduzem os riscos.
Se você tem trombose recorrente não adie o cuidado com sua saúde vascular. Agende uma consulta no Instituto de Angiologia e Cirurgia Vascular (IACV) e receba atendimento especializado para viver com mais segurança e qualidade de vida.
Somos norteados pelo altruísmo, honestidade, integridade, trabalho em equipe, justiça e pela autonomia na busca em oferecer a melhor experiência ao paciente. Angiologista e Cirurgião Vascular na Asa Sul, Brasília-DF
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