17 de outubro de 2024
Autor: Dr Jaison Luiz Argenta
O lipedema é uma condição crônica que afeta principalmente mulheres, caracterizada pelo acúmulo irregular de gordura nas pernas, quadris e, em alguns casos, nos braços.
Muitas vezes confundido com obesidade ou linfedema, o lipedema pode causar dor, sensibilidade e inchaço.
Saber como tratar o lipedema é fundamental para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Neste artigo, exploramos as opções de tratamento mais eficazes, desde mudanças no estilo de vida até intervenções médicas, ajudando você a entender como lidar com essa condição.
O lipedema é uma inflamação crônica e progressiva caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nas extremidades do corpo, principalmente nos membros inferiores, como pernas e quadris.
Essa condição afeta quase exclusivamente mulheres e costuma surgir na puberdade, agravando-se com o tempo e/ou durante eventos hormonais, como gravidez e menopausa.
Embora muitas vezes confundido com obesidade, o lipedema apresenta características próprias.
A gordura do lipedema não responde de maneira eficaz às dietas ou exercícios físicos, diferentemente do que ocorre em casos de obesidade comum.
A maior diferença é que o acúmulo de gordura no lipedema é do tipo inflamado, criando nódulos que causam dor e sensibilidade ao toque. Além disso, a obesidade geralmente afeta o corpo de maneira uniforme.
Além do acúmulo de gordura e da dor associada, pessoas com lipedema podem enfrentar outros desafios.
Em casos mais avançados, o aumento do volume dos membros pode interferir na mobilidade, resultando em dificuldades para caminhar e, eventualmente, em atrofia muscular.
Esse quadro impactar diretamente a qualidade de vida e a capacidade de realizar atividades cotidianas.
O lipedema é classificado em cinco tipos, com base nas áreas do corpo afetadas.
Cada tipo apresenta um grau diferente de acometimento:
A causa exata do lipedema ainda não é completamente compreendida, mas há fortes indícios de que fatores genéticos e hormonais desempenham um papel significativo no desenvolvimento da doença.
A condição é mais comum em mulheres, o que sugere uma conexão hormonal.
Momentos de grandes mudanças hormonais, como puberdade, gravidez, o uso de anticoncepcionais orais e a menopausa, costumam desencadear ou agravar o quadro de lipedema.
Estudos estimam que o lipedema afete cerca de 12,3% das mulheres no Brasil. Muitas dessas mulheres demoram a ser diagnosticadas corretamente, devido à confusão com outros tipos de distúrbios, como a obesidade.
Um diagnóstico feito antecipadamente permite que o tratamento seja mais eficaz, reduzindo o risco de complicações no futuro.
O diagnóstico do lipedema é feito principalmente com base em uma avaliação clínica detalhada, na qual o médico examina a presença de nódulos e a sensibilidade do paciente nos membros afetados.
As características visíveis, como a deposição de gordura nas áreas específicas dos membros inferiores, também são consideradas durante a consulta.
Embora o diagnóstico seja clínico, exames complementares podem ser solicitados para excluir outras condições que tenham sintomas semelhantes, como linfedema ou doenças vasculares.
Exames de imagem, como a ultrassonografia com doppler, são úteis para avaliar o fluxo sanguíneo e identificar se há comprometimento vascular associado.
Além disso, a densitometria óssea pode ser indicada para analisar a densidade óssea e a saúde do tecido.
Há ainda a linfocintilografia, utilizada para verificar a função do sistema linfático, especialmente se houver suspeita de envolvimento linfático.
A ressonância magnética é outro exame que pode ser solicitado para fornecer imagens detalhadas das áreas afetadas e auxiliar na confirmação do diagnóstico, excluindo outras patologias que possam estar associadas ao inchaço e ao acúmulo de gordura.
O tratamento do lipedema deve ser adaptado às necessidades de cada paciente, já que se trata de uma condição crônica e progressiva que afeta as camadas de gordura dos membros inferiores.
Embora o lipedema não tenha cura, os tratamentos disponíveis visam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
O uso de meias ou bandagens de compressão de baixo estiramento é uma das principais formas de tratamento.
Essas peças ajudam a controlar o inchaço e a melhorar a circulação, oferecendo alívio para a dor e desconforto. Isso porque a compressão auxilia no manejo da retenção de líquidos e melhora o retorno linfático.
O lipedema é uma doença inflamatória crônica, e controlar a inflamação é uma parte essencial do tratamento.
Para isso, o profissional de saúde pode sugerir o uso de medicamentos anti-inflamatórios ou a adoção de uma dieta anti-inflamatória.
Evitar alimentos ultraprocessados, como carnes processadas e produtos ricos em açúcar e gordura trans, pode ajudar a minimizar os processos inflamatórios no corpo.
Adotar hábitos saudáveis faz parte do tratamento do lipedema.
Isso inclui a prática regular de exercícios físicos de baixo impacto, como caminhadas ou natação, que ajudam a melhorar a circulação e a fortalecer os músculos. Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes e com controle de carboidratos refinados e açúcar, também é recomendada.
A drenagem linfática manual é uma técnica realizada por fisioterapeutas que ajuda a eliminar o excesso de líquidos acumulados no corpo.
Esse procedimento melhora a circulação linfática, reduz o inchaço e alivia a sensação de peso nos membros, principalmente em estágios mais avançados do lipedema.
Nos casos em que os tratamentos conservadores não produzem resultados suficientes, a cirurgia pode ser considerada.
Procedimentos como a lipoaspiração específica para lipedema podem ser indicados para remover a gordura afetada, aliviando a dor e melhorando a mobilidade.
No entanto, a decisão pela cirurgia deve ser feita em conjunto com o angiologista ou cirurgião vascular, após uma avaliação cuidadosa.
O tratamento do lipedema muitas vezes requer a participação de diferentes profissionais de saúde.
Além do angiologista ou cirurgião vascular, nutricionistas, fisioterapeutas e dermatologistas podem ser envolvidos para oferecer um tratamento mais abrangente e personalizado, que atenda todas as necessidades do paciente.
Se você está sofrendo de sintomas como dor e inchaço nas pernas, é importante saber mais sobre como tratar o lipedema.
Procure orientação de um especialista do IACV para receber o diagnóstico correto e explorar as opções de tratamento que podem aliviar seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
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